Com o objetivo de promover a técnica da semeadura direta para recuperação de áreas degradadas, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC), por meio do projeto Águas Cerratenses: semear para Brotar, lançou nesta segunda-feira, 11, uma série de vídeos educativos sobre a semeadura direta. O primeiro vídeo, de uma série de três, já está disponível no YouTube da RSC. Os outros dois, que abordam técnicas como a biomanta e a hidrossemeadura, têm estreia prevista para os dias 18 e 25 de novembro.
Diferente do tradicional plantio de mudas, a semeadura direta é um método de restauração ecológica que consiste em depositar uma mistura diversificada de sementes nativas diretamente no solo, prática conhecida como “muvuca de sementes”. Esta abordagem tem se mostrado altamente eficaz para reintroduzir espécies típicas do Cerrado, como capins, arbustos e árvores, com maior eficiência e menor custo.
Um dos principais diferenciais dessa técnica é sua capacidade de reintroduzir diferentes estratos da vegetação de forma integrada e abrangente. “Ao utilizar a semeadura direta, o processo de restauração pode ser mecanizado, o que reduz os custos operacionais e amplia as possibilidades de recuperação em grandes áreas. Além disso, espécies como capins e arbustos garantem um rápido recobrimento do solo, protegendo-o da erosão e promovendo um crescimento mais acelerado em comparação ao plantio convencional de mudas de árvores”, explicou Alba Cordeiro, coordenadora do projeto Águas Cerratenses: Semear para Brotar.
Neste contexto, a série de vídeos tem como objetivo divulgar amplamente o potencial do uso de sementes nativas em projetos de restauração. “A hidrossemeadura e o uso de biomantas são exemplos de técnicas inovadoras que utilizam sementes nativas. Nosso objetivo é mostrar que a semeadura direta pode diversificar o mercado de produção de sementes e valorizar o Cerrado em pé como fonte de renda. Quanto mais diversificarmos o uso das sementes na restauração, por meio de novas técnicas e tecnologias aplicadas, maior será o impacto no mercado de sementes nativas”, detalha Alba Cordeiro.
A coordenadora também destaca que as abordagens com sementes nativas permitem a busca por soluções específicas para diferentes contextos ambientais. “Estamos desenvolvendo técnicas para aplicar sementes em solos com características distintas, tanto em áreas inclinadas quanto planas, que podem ser mecanizadas. Essas estratégias adaptadas tornam a restauração do Cerrado mais eficiente e flexível”, acrescenta.
Outro aspecto relevante apresentado na série é a importância da organização de coletores de sementes nativas para viabilizar a técnica em larga escala. Quando a coleta e produção de sementes são realizadas por comunidades tradicionais, o impacto vai além do ambiental, gerando benefícios sociais e econômicos para essas populações. Além de promover a restauração do Cerrado, a semeadura direta fortalece cadeias produtivas, integrando elementos de conservação e desenvolvimento social.
Publicado em 11/11/2024