No município de São João D’Aliança, o Projeto de Assentamento Santa Maria se tornou palco de uma importante iniciativa ambiental liderada pela equipe do projeto Águas Cerratenses: semear para brotar. Com o intuito de dar continuidade às ações de restauração já implementadas, a equipe deu início ao plantio em uma área adicional de 45 hectares no local.
Coordenadora do projeto, Alba Cordeiro, destacou que a atividade de plantio, que normalmente ocorre nos meses de novembro e dezembro, precisou ser adaptada devido às condições climáticas e ao baixo índice de chuvas. "Em geral, as atividades de plantio são concentradas em novembro e dezembro, mas devido ao atraso nas chuvas tivemos que adiar o plantio para janeiro", explicou.
É importante ressaltar que a equipe já realizou a restauração de 110 hectares de Cerrado na região por meio da técnica de semeadura direta. Agora, o compromisso é com a ampliação desses esforços, adicionando mais 45 hectares ao projeto. Para a realização desta atividade serão utilizadas 2.490 toneladas de sementes distribuídas em 58 espécies.
Visando contribuir com o desenvolvimento local, a ênfase na inclusão da comunidade é um elemento crucial do projeto. “Assim como nas ações anteriores, a contratação de membros locais é priorizada, reforçando o compromisso do Águas Cerratenses como agentes de desenvolvimento sustentável. Destaca-se também a participação ativa das mulheres nesse processo, reconhecendo seu papel fundamental na conservação ambiental e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, enfatizou Alba Cordeiro.
Área
A Reserva Legal do Assentamento Santa Maria possuí 1.084,04 ha declarados no Sistema Nacional de Cadastro Rural (CAR). Destes, é proposto intervenção em 155 hectares para enriquecimento da vegetação nativa através do método de semeadura direta associado ao potencial de regeneração natural já presente no local.
Desafios
Na atuação dentro da Área de Reserva Legal do Assentamento, o principal desafio enfrentado pelo grupo se dá a criação solta de gado na região. Esse cenário resulta no pisoteio do solo e sua subsequente compactação, comprometendo a capacidade do ecossistema de se regenerar. Adicionalmente, a retirada seletiva de madeira de valor comercial impacta diretamente a biodiversidade das espécies presentes. Diante desses obstáculos, o objetivo do grupo é impulsionar a regeneração natural, uma força potente no local. Isso será alcançado por meio da descompactação do solo e do plantio estratégico de sementes de capins nativos, arbustos e árvores. Contudo, a complexidade reside no fato de que todo esse processo precisará ser conduzido manualmente, utilizando ferramentas como picaretas e realizando o plantio de forma artesanal.
Publicado em 22/01/2024