Um dia para difundir a técnica da semeadura direta, suas etapas, apresentar os resultado já obtidos, ampliar as discussões sobre o tema e trocar experiências. Assim foi o Dia de Campo Restauração Ecológica e Semeadura Direta que aconteceu na sexta-feira, 29, no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros e reuniu aproximadamente cem profissionais, de instituições públicas e privadas, que trabalham em projetos voltados para restauração do Cerrado.
A iniciativa, realizada em parceria com a SEMEIA Cerrado, o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (PNCV/ICMBio), o Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC/ICMBio), o Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros (UnB Cerrado/CER) e a Rede de Sementes do Cerrado (RSC), fez parte do VII Encontro de Pesquisadores e Sociedade da Chapada dos Veadeiros.
Com espécies de gramíneas, arbustos e árvores necessárias para restaurar um 1hectare, a equipe da RSC detalhou como realizar a Muvuca, que consiste na mistura das sementes com terra. Na demonstração foram utilizadas sementes de capim-andropogon-nativo, capim rabo-de-burro, amargoso, fedegosão, cajuí, maria-preta, mirindiba. Após a explicação técnica, de forma rápida e prática, foi mostrado aos participantes como é feito o plantio com o uso de maquinário.
Representando a empresa de consultoria ambiental Semeia Cerrado, a doutora em Botânica Alba Cordeiro explicou que antes de realizar a semeadura direta, é necessário preparar o solo para o controle das gramíneas exóticas na área que receberá o plantio. “Cada solo possui sua demanda específica, e as intervenções não são necessariamente as mesmas, variam conforme a necessidade de cada área”, frisou.
Além de acompanhar o procedimento na prática, os participantes do Dia de Campo puderem conhecer o trabalho realizado pela Rede através do Projeto Mercado de Sementes e Restauração: Promovendo Serviços Ambientais e Biodiversidade que tem como objetivo divulgar ações e técnicas bem-sucedidas de restauração de Cerrado.
Áreas Restauradas
Durante a visita as áreas restauradas no Parque Nacional, o analista ambiental do ICMBio, Alexandre Sampaio, que é também o coordenador do Projeto Mercados de Sementes, falou sobre a execução do trabalho e apresentou os resultados de cada experimento.
Dentre as áreas apresentadas aos participantes, encontra-se a restauração feita em 2012, com sementes de árvores, o que resultou numa vegetação densa com características de floresta. Segundo Alexandre, o local continua sendo monitorado para melhor compreensão do desenvolvimento das espécies, assim como das poucas gramíneas exóticas que ainda vivem no local.
Na oportunidade, o Presidente da Associação Cerrado de Pé, Claudomiro Cortes, relatou a história da associação e as primeiras experiências com a coleta de sementes. “Quando fizemos o primeiro experimento, lembro que foram plantadas 3,5kg de sementes nativas no Parque. A participação do Alexandre veio em 2012, quando começamos a trabalhar numa escala maior e usar gramíneas e arbustos na restauração, reais características do Cerrado e não só árvores como fazíamos. Com a ampliação do projeto surgiu a necessidade de nos organizarmos melhor, e há pouco mais de dois anos, foi criada Associação, que hoje conta com 80 famílias de coletores”, compartilhou Claudomiro Cortes ao evidenciar os avanços do grupo.
Publicado em 02/12/2019